domingo, 29 de agosto de 2010

A primeiridade! (desde quando saímos da desconhecença para a sabença)

Se o que me aparentava ser mais difícil era retirar esse corpanzil da inércia, eis que estou aqui tentando pô-lo em movimento, mesmo que seja mentalmente e de maneira virtual (veja que neste caso estou falando mais de minha cabeça de tamanho genuinamente cearense do que de meu próprio corpanzil em si... a propósito, eu não consigo deixar de fazer esse tipo de explicação totalmente desnecessária...).

O motivo de eu estar aqui vociferando (creio que sempre falo vociferando, pois minhas irmãs a todo momento pedem para eu falar mais baixo e papai tem a contínua impressão de eu estar brigando...) é a respeito dessa Arquitetura Interior que bem poderia ser anterior, sem maiores perdas espirituais. Que tem tudo a ver com esse sentimento de Primeiridade do Peirce. Não que eu vá aqui ficar falando de Semiótica, até porque eu não tenho autoridade nenhuma, totalmente zero, para falar sobre isso. Na verdade eu só consigo entender o que meu livro sobre semiótica diz às segundas, quartas e sextas... e hoje é sábado! Mas essa primeiridade é um negócio realmente joiado, primeiro por sua explicação teórica, de ser um sentimento anterior à razão, uma primeira impressão pura e desarmada e, segundo, por ter esse nome primeiridade... Vejam que beleza de nome! Nos remete a uma primeira idade, à uma primeira infância, justamente quando nossa percepção de mundo é bem mais livre da razão e nós podemos sonhar com muito mais liberdade! É quando nossos sonhos conseguem mais do que nunca se exprimir fisicamente na gente, com um nó na garganta, com um friozinho na barriga!...
Pois é justo esse sentimento que sinto falta nas discussões sobre Arquitetura. Sempre me aparecem com desenhos, plantas, fotos de prédios, casas, edifícios... A Arquitetura virou pura construção civil. Parece que nada tem de estômago, de olfato, de calo no pé... A discussão sobre Arquitetura tem que ser anterior a isto! Quando alguém procura um arquiteto para construir sua futura casa, não está procurando pela pura construção civil, mas pela realização de um sonho e esse sonho sim é uma construção... uma construção de sentimentos que vem desde a primeira infância! Cada compartimento da casa carrega consigo impressões, memórias, cheiros, saudades... coisas que elevam bruscamente a responsabilidade do arquiteto e, um projeto de arquitetura de verdade, é um projeto que faz as paredes falarem... Que faz da construção civil uma tela de pintura capaz de refazer a poesia do azul de um céu de uma bela manhã de domingo...

Esse sentimento é aquele que une todas as artes, é a fruição do espírito, que arrebata o espectador para outra dimensão... por isso é que a proposta que quero desenvolver aqui neste blog (penso que, a depender de como se encaminhar tudo, pode até vir a ser um livro, um cd ou dvd...), é a de propor uma arquitetura através de outras artes. Conseguir o sentimento proveniente desse ou daquele espaço através da poesia, da música, da pintura... 

É a construção de uma Poesia Espacial.

Abraços a todos!

2 comentários:

Belle disse...

João,

Achei teu blog belíssimo e suas idéias inspiradoras. Como disse a mamãe: "você dá para ser filósofo e poeta"!

Parabéns!!!!!!!!!!

Bjok,

isabelle;-)

Unknown disse...

mané gostoso, te indiquei para o sunshine awards. para saber o que é, confia na explicação dela, que é mais fácil: http://anateka.blogspot.com

Postar um comentário