quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Comemorando: comer e cantar outra vez!

Fiquei hoje bastante feliz, depois dessas minhas ansiosas duas semanas e meia de blog, cheguei às 1.000 visualizações, o que inclui visualizações, além do Brasil, nos EUA, Canadá, Alemanha, França, Espanha, Chile e mais alguns países. Muito obrigado aos meus pacientes leitores! Desse modo, resolvi fazer uma breve comemoração e, para isso, nada melhor do que comer e cantar, no caso de hoje, cantar e comer!
Eu já vinha pensando em fazer uma postagem falando sobre o fantástico músico jazzista Django Reinhardt e achei que agora seria a ocasião ideal. Procurei aqui pela internet algo para falar sobre sua vida, mas já de cara achei o texto da Wikipédia tão bom (http://pt.wikipedia.org/wiki/Django_Reinhardt), que resolvi publicá-lo quase na íntegra. Coloquei uma pequena trilha com algumas de suas músicas na coluna aqui ao lado, na direita, logo abaixo do "Desafio", aproveitem. Sabendo de sua história e de sua dificuldade para tocar, esse camarada fica ainda mais sensacional. Vejam:

"Django Reinhardt (Liberchies, Bélgica, 1910-1953) foi um guitarrista de jazz.
Foi um dos pioneiros do jazz na Europa e também um dos primeiros músicos não negros nesse estilo musical. Compôs "les yeux noirs". Django Reinhardt passou a maior parte de sua juventude em um acampamento cigano próximo a Paris, tocando banjo, guitarra e violino em danceterias de Paris desde muito cedo. Ele começou com o violino e eventualmente tocava um banjo que havia ganhado. Em sua primeira gravação conhecida (de 1928) ele toca o banjo.
Aos 18 anos, Reinhardt foi ferido pelo fogo que incendiou a casa que ele dividia com Bella, sua primeira mulher.Ela fazia flores artificiais de papel e celulose para viver, por isso a casa deles vivia cheia de materiais altamente inflamáveis. Certa noite, ao retornar de uma apresentação, Django derrubou acidentalmente uma vela quando ia para a cama. Enquanto sua família e vizinhos tentavam salvá-lo ele acabou sofrendo queimaduras de primeiro e segundo grau por metade de seu corpo. Sua perna direita ficou paralisada e sua mão esquerda gravemente queimada. Os médicos achavam que ele nunca mais tocaria guitarra novamente. Ele ainda quase teve a perna amputada, mas deixou o hospital pouco tempo depois e, um ano depois, ele já podia andar com a ajuda de bengalas.


O irmão de Django, Joseph Reinhardt (também um exímio guitarrista), lhe trouxe uma nova guitarra. Através de uma dolorosa reabilitação e prática, Django readiquiriu sua habilidade de um modo completamente novo, mesmo com dois dedos parcialmente paralisados. Ele ainda era capaz de usar esses dois dedos para tocar, mas não para fazer solos. Em 1934, Louis Vola formou o "Quintette du Hot Club de France" com Reinhardt, o violinista Stéphane Grappelli, Joseph, o irmão de Django, Roger Chaput na guitarra, e Louis Vola no baixo. Ele produziu numerosas gravações àquele tempo e tocou com diversas lendas do jazz americano como Coleman Hawkins, Benny Carter, Rex Stewart e Louis Armstrong.
(...)
Reinhardt sobreviveu à Segunda Guerra ileso, ao contrário de muitos outros ciganos que foram executados nos campos de concentração nazistas. Essa época foi muito difícil para Django porque o jazz não era permitido no regime nazista. Ele teve a ajuda de um oficial da Força Aérea Alemã chamado Dietrich Schulz-Köhn, conhecido como Doktor Jazz, que admirava muito sua música. Em 1943 ele casou com Sophie Ziegler in Salbris, com quem teve um filho, Babik Reinhardt, que também acabou se tornando um respeitado guitarrista.
(...)
Django Reinhardt foi uma das primeiras pessoas a apreciar e entender a música de Charlie Parker e Dizzy Gillespie. Ele chegou a procurá-los quando chegou a Nova Iorque, mas infelizmente eles estavam em alguma turnê. Depois de retornar à França, Django passou o resto de seus dias voltando para a vida cigana, com dificuldade de se adaptar à vida moderna. Um dos eventos mais enigmáticos foi quando Reinhardt abandonou, na beira de uma estrada, um carro que havia acabado de comprar porque havia acabado a gasolina. Às vezes Django aparecia para um show e não levava seu instrumento, se mudava de repente para a praia ou para um parque, e às vezes se recusava a levantar da cama.
O conceito de "Lead Guitar" (Django) e "Rhythm Guitars" (Joseph Reinhardt / Roger Chaput) nasceu no Quintette Du Hot Club De France. Eles usavam suas guitarras para percussão quando não havia percussão de verdade na sessão. Mais tarde ele formou uma nova banda com saxofone, trompete, piano, baixo e bateria. Ele continuou compondo, e é lembrado como um dos mais talentosos guitarristas do Jazz.
Em 1948, Reinhardt recrutou alguns músicos italianos de jazz (baixo, piano, percussão) e gravou um de seus mais aclamados trabalhos, “Djangology”, mais uma vez em parceria com seu compatriota Stephane Grappelli no violino. Entretanto, sua experiência nos EUA havia feito dele uma pessoa diferente da que Grappelli havia conhecido, influenciado principalmente pelo jazz americano. Mas nessa gravação, Django voltou a suas raízes, tocando de novo a acústica Selmer-Maccaferi. Esta gravação foi recentemente descoberta por entusiastas do jazz e está disponível para venda nos EUA e Europa.
Em 1951 mudou-se para Samois sur Seine, França, perto de Fontainebleau. Ele viveu lá por dois anos até 16 de maio de 1953, quando, retornando da estação de trem de Avon, ele desmaiou devido a uma hemorragia cerebral. O médico levou o dia todo para chegar e Django foi declarado morto ao chegar no hospital em Fontainebleau."


Continuando a celebração, vou colocar aqui uma receita simples, aparentemente muito boa (ainda não a testei!), e que tem uma cara muito bonita. Chama-se "Sorvete de romã sem esforço" e é do livro da Nigella Lawson, aquela bonitona que aparece cozinhando no GNT e vai assaltar a geladeira de noite. O livro é ótimo e se chama "Nigella Express", da Ediouro. Aí está a receita:

"Não é difícil pensar em uma sobremesa que possa ser feita com antecedência. Mas, na maioria das vezes, a vantagem é ter tido todo o trabalho mais cedo. Nesse caso, você prepara tudo com antecedência - eis uma boa razão: é um sorvete -, mas sem nenhum trabalho. Não precisa fazer nenhum creme, não precisa tirar a fôrma do congelador e ficar batendo o sorvete. Basta espremer as frutas e misturar. 
Além desse bom motivo para alegria, há o fato de que esse delicado sorvete cor-de-rosa tem gosto de paraíso.

2 romãs (mais as sementes de uma terceira, para decorar)
1 limão
175g de açúcar de confeiteiro
500ml de creme de leite fresco

1. Tire os sucos das romãs e do limão e ponha numa tigela.
2. Junte o açúcar de confeiteiro e misture para dissolver.
3. Junte o creme de leite fresco e bata tudo junto, até que se formem picos macios no creme cor-de-rosa.
4. Com uma colher, transfira o creme para um recipiente de fecho hermético e deixe no freezer por pelo menos 4 horas, ou de um dia para o outro.
5. Antes de servir, polvilhe o sorvete com sementes de romã.

Rende 8 porções."

Aí abaixo um vídeo do Django:

Um comentário:

Unknown disse...

Hahaha... ei, muito legal esse cara. Ele se garante demais, muito bom de ouvir... ei, romã?

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