quinta-feira, 2 de setembro de 2010

um brinde a la Chavela y Sabína!

Antes de mais nada, eu vou publicar aqui em primeira página um comentário que recebi acerca do texto de ontem. Enviado pela Caroline, achei-o sensacional:


po, ruy castro merece tb todas as honras! acrescento ai na lista das leituras indispensaveis outra biografia escrita por ele: "o anjo pornografico - nelson rodrigues", que dizia o seguinte sobre o brasileiro:

"O brasileiro não está preparado para ser 'o maior do mundo' em coisa nenhuma. Ser 'o maior do mundo' em qualquer coisa, mesmo em cuspe à distância, implica uma grave, pesada e sufocante responsabilidade."



Muchas gracias, Caroline!


Começando o fim de semana possivelmente prolongado, eu gostaria de deixar aqui um brinde à todos, celebrando minha empolgada resistência a já uma semana de blog! (passou voando, mas ainda me sinto carente de comentários e seguidores! hahahaha).
Primeiramente, eu gostaria de sugerir aos que têm a mania de passar a noite acordados, como eu  (apesar de adorar dormir e não ter a menor necessidade de possuir hábito tão degradante; mas é que projeto de arquitetura pra mim é sinônimo de noite virada... acho que foi esse o principal legado que a faculdade me deixou) a receita de uma bebida energética e refrescante colhida no livro "Eu amo café", de Susan Zimmer, publicado pela editora Prumo (depois volto a falar sobre esse livro). O drink se chama Café-Cola, e, é a minha nova onda do momento! Eis a receita:

"1 xícara de chá (250 ml) de café expresso ou café tradicional bem forte e frio
113 ml de refrigerante à base de cola
4 pedras de gelo
1 fatia de limão siciliano para decorar

Coloque o gelo em um  copo de vidro alto e gelado, com capacidade para 340 ml, e despeje o café e o refrigerante. Decore com uma fatia de limão.

Obs.: O conceito de café-refrigerante foi criado por volta de 1920! Em 1996, a Pepsi produziu um refrigerante com sabor de café chamado "Pepsi Kona".

Todos com suas bebidas em mãos, chamarei aqui duas figuras sensacionais para propor o brinde e oferecer a cada um de vocês! O primeiro é o Joaquin Sabína. Tomei conhecimento sobre sua obra no período em que morei na Espanha. Um grande camarada meu chamado Pablo (meu abraço Pablão!) apresentou-me como um "cantautor", que é como eles chamam os artistas que compõem e cantam suas canções. Pesquisando depois um pouco mais, cheguei à conclusão de que o cara é um Roberto Carlos espanhol, com cds do tipo "elas cantam Joaquin Sabína". Ele tem uma produção vasta e vale à pena conhecer sua obra.
A outra personagem, é, a bem dizer, uma figura mitológica! Uma cantora fantástica, nem imagino quantos anos deve ter, mas sei que são muitos, creio que cerca de noventa. E sei também que foram muito bem vividos. 
A forma como a conhecemos aqui em casa foi bastante curiosa. Minha irmã mais velha também morou na Espanha, alguns anos antes de mim. Acontece que ao contrário de mim, ela foi um pouco mais desajeitada, pois levou uma mala enorme que tínhamos, feita de fibra de vidro. Um peso e um trabalho que, para uma moça sozinha em terra estranha eram, como gosta de dizer papai, completamente estapafúrdios! Principalmente porque depois de pouco tempo em solo espanhol, a alça da mala quebrou e minha irmã teve que ir empurrando-a, riscando o chão, na raça. Estando por lá, ela conheceu essa cantora, comprou um único disco e o pôs em sua bagagem. Acontece que, precisando fazer mais viagens lá pela Europa, ela decidiu desfazer-se deste trambolhão que era a mala, e, vejam só, a despachou em um navio aqui para Fortaleza. Papai a recolheu no porto e, ao abrí-la, encontrou o cd bem na frente, por cima das roupas sujas. Escutamos, embasbacados, o disco inteiro. Lindíssimo. A alma da cantora, mesmo ainda estando viva, encarnou no toca-discos e ele, só não saiu pulando e andando, porque creio que também estava tão embasbacado quanto nós... Após a audição, iniciou-se a sessão de tentar definí-la. Olhávamos as fotos, ouvíamos sua voz áspera, rude, ressentida, rouca, navalhante... Líamos seu nome e não sabíamos nem se era homem ou mulher! "É um velho gay!" - gritava um. "Claro que não, é uma velhinha gay, está na cara!". A dúvida enfim só se dissipou quando minha irmã esclareceu que era sim uma mulher, uma mulher já velha e que sim, era gay. Todos ficamos fãs de carteirinha e, aos poucos, fomos conseguindo outros discos e conhecendo um pouco sobre sua vida. Ela é de origem Mexicana e creio que vive na Espanha. Saiu de casa ainda muito nova e foi tentar sua carreira artística. Foi amiga de Frida Kahlo, há quem diga que tiveram inclusive uma relação amorosa. Apareceu em alguns filmes de Pedro Almodóvar. Chama-se Chavela Vargas e quero apresentá-la a quem ainda não a conhece, cantando uma música de Joaquín Sabína (ele também canta junto).
A música se chama "Noches de Boda" e é um brinde fantástico, um brinde à vida e  suas pequenas alegrias!






Noches de boda
(Joaquín Sabina)


Que el maquillaje no apague tu risa
Que el equipaje no lastre tu alas
Que el calendario no venga con prisas
Que el diccionario detenga las balas.

Que las persianas corrijan la aurora
Que gane el quiero la guerra del puedo
Que los que esperan no cuenten las horas
Que los que matan se mueran de miedo.

Que el fin del mundo te pille bailando
Que el escenario me tiña las canas
Que nunca sepas ni cómo ni cuándo
Ni ciento volando, ni ayer ni mañana.

Que el corazón no pase de moda
Que los otoños te doren la piel
 
Que cada noche sea noche de bodas
Que no se ponga la luna de miel.



Que todas las noches sean noches de bodas
Que todas les lunas sean lunas de miel


Que las verdades no tengan complejos
Que las mentiras parezcan mentira.

Que no te den la razón los espejos
Que te aproveche mirar lo que miras
Que no se ocupe de ti el desamparo
Que cada cena sea tu última cena.

Que ser valiente no salga tan caro
Que ser cobarde no valga la pena
Que no te compren por menos de nada
Que no te vendan amor sin espinas.

Que no te duerman con cuentos de hadas
Que no te cierren el bar de la esquina
Que el corazón no se pase de moda
Que los otoños te doren la piel.

Que cada noche sea noche de bodas
Que no se ponga la luna de miel
Que todas las noches sean noches de boda
Que todas las lunas sean lunas de miel.



SAÚDE!

2 comentários:

Unknown disse...

saude!

mas tem em detalhe: chavela nao somente "apareceu em alguns filmes de Pedro Almodóvar", como ela ERA os filmes dele! sem a musica rascante dessa señora acompanhando aquela confusao toda, metade da carga dramatica cairia por terra...

em "la flor de mi secreto" chega ao cumulo de aparecer um clipe de chavela na tv de um bar onde a protagonista (vestida bem almodovarianamente p/ a ocasiao) toma um porre pq foi abandonada pelo marido (ela fica assistindo ao clipe enquanto bebe e chora!). nas ruas, os gritos de uma passeata estudantil nao abafam a voz tragica de chavela... deu pra notar que achei a cena genial?! hehehe

Carolina Rocha disse...

Depois de receber um simples email de divulgação, curiosa nata que sou, não pude deixar de tirar alguns minutos dando uma fuçada nos blogs que vi. Claro que nessa fuçada me chamou atenção este post! Gostei de ver as curiosidades sobre o Sabina, não sabia que ele era tão famoso. Fui apresentada a ele também um dia e tenho o cd que tu citou, comprei na Argentina e é belíssimo! Já Chavela Vargas é um presente que agradeço até hoje, hehehehe! E essa música então, uma das favoritas!
Parabéns pelo blog, João ;)

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